sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

DAQUI VISO EU - UM OLHAR INTERIOR SOBRE A REALIDADE NACIONAL: intervenção de Maria Perpétua Rocha, Coordenadora da PASC, na Sessão de Abertura do XVI Encontro Público PASC · Instituto Politécnico de Viseu · 18 de Janeiro de 2014.


A PASC - Plataforma Activa da Sociedade Civil, com Fernando Ruas, José Luís Nogueira, João Salgueiro e Adriano Moreira, deslocou-se a Viseu no âmbito do seu XVI Encontro Público, para lançar "Um olhar interior sobre a realidade nacional". Foi no dia 18 de Janeiro de 2014, pelas 16h, na Aula Magna do Instituto Politécnico de Viseu. Fica aqui a intervenção de Maria Perpétua Rocha, Coordenadora da PASC.



(ver o vídeo da intervenção aqui)


Caros Viseenses, a vossa presença neste XVI ENCONTRO PÚBLICO PASC é sintoma incontornável do potencial de participação cívica existente na sociedade portuguesa.

Muitos de nós nesta sala não teremos filiação partidária, não deixando por isso de ter o direito, o dever e a vontade, tal como os que optaram por pertencer a um partido político, de participar na construção do nosso País, no seu desenvolvimento e consequentemente na sua afirmação no futuro do contexto das nações.

Consideramos assim que alargar o espaço de debate público a todos os portugueses, independentemente da sua filiação partidária ou não, é essencial para que a democracia se consolide e aprofunde. Promover este debate através das Associações da Sociedade Civil, repositório de um património imenso de conhecimento e experiencia, é essencial e um dos objectivos da PASC e das 39 Associações que a integram.

No momento que Portugal vive, urge congregar esforços para promover um debate esclarecido, participado e plural em torno das questões que verdadeiramente condicionarão o futuro de Portugal e dos Portugueses.

Face a uma governação que tende a fragmentar o País, desde logo por grupos etários, por classes sociais e por circunstâncias geográficas, é fundamental contribuir para um cimento agregador de todos os portugueses em torno de um desígnio comum, o de um Portugal livre e democrático, em que a Ética, a Cultura e sobretudo Dignidade do Homem sejam centrais em todas as decisões políticas.

Hoje, muitos portugueses perderam a esperança, resignando-se a definhar nas circunstâncias que lhes foram criadas. Por isso, é fundamental lutar contra a apatia, criando condições que deem expressão à Voz, ao Sentir e ao Querer dos Cidadãos.

Cientes desta realidade, um conjunto de cidadãos, entre os quais dois Visienses, iniciou em 2009 este projecto agregador de Associações da Sociedade Civil, formando uma rede diversificada e que ambicionamos tenha dimensão nacional, dando a conhecer o contributo cívico, a experiência e o conhecimento existente nestas Associações, um potencial que é fundamental que seja valorizado.

A PASC iniciou a sua actividade em 2010 com a adesão de 12 Associações. Em 21 de Abril desse ano levava a cabo o I ENCONTRO PÚBLICO PASC – “Portugal 2014 – é preciso mudar já”. 

Até ao dia de hoje, 39 Associações decidiram integrar a PASC, levámos a cabo o I FÓRUM DE ASSOCIAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL, o I CONGRESSO DA CIDADANIA LUSÓFONA e estamos hoje aqui, na cidade de Viseu, a dar início ao XVI ENCONTRO PÚBLICO PASC.

Não o poderíamos fazer se não tivéssemos tido o contributo generoso, desde logo, do Instituto Politécnico de Viseu, a cujo Presidente Engenheiro Fernando Sebastião agradeço, e do Grupo Visabeira a quem igualmente agradeço na pessoa do Engenheiro José Luís Nogueira.

Agradeço aos Oradores que nos emprestam o seu pensamento e conhecimento para com eles reflectirmos e debatermos.

Ao Dr. Fernando Ruas, obreiro que fez com que a cidade de Viseu fosse considerada a melhor cidade para se viver em Portugal, contribuindo assim para que um maior número de jovens sintam o apelo para aqui se fixarem, factor essencial na renovação demográfica do interior e consequente desenvolvimento económico. Viseu é exemplo de que é possível regenerar o interior, factor essencial para o equilíbrio e coesão nacional.

Ao Eng. José Luís Nogueira, do Grupo Visabeira, que partilhará connosco o empreendedorismo, talento e vontade de pessoas que levaram o Grupo Visabeira de Viseu aos mercados internacionais, conferindo qualidade e inovação à marca Portugal, acrescentando valor e dinamizando esta Região.

Ao Doutor João Salgueiro, ligado à génese da PASC, cujo conhecimento e experiência nos tem permitido melhor conhecer as causas da situação portuguesa, as suas consequências, os desafios que se nos colocam, mas também as oportunidade que surgem num cenário de crise.

Ao Professor Doutor Adriano Moreira, cujo pensamento nos tem inspirado na prossecução deste nosso objectivo de dar "Poder e Consequência à Voz", à Voz dos cidadãos portugueses que em democracia têm o dever e o direito de legitimarem não só a escolha dos que governam o País mas igualmente a execução dos programas com que os mesmos se apresentaram a eleições. Parafraseando o Senhor Professor, iremos conferir “Poder à Voz” junto da “Voz do Poder”, aliás, título de um ENCONTRO PÚBLICO PASC que se realizou no Instituto da Defesa Nacional em Outubro de 2012.

Ao Jorge Marques e ao António Figueiredo Lopes, dois Viseenses cujas Associações, respectivamente Associação Portuguesa de Gestão das Pessoas e Centro de Estudos EuroDefense Portugal, integram a PASC desde a sua fundação, o reconhecimento de que o seu trabalho foi fundamental para a organização deste XVI ENCONTRO PÚBLICO PASC.

Uma palavra especial ao Eduardo Pinto cujo contributo generoso e eficaz foi crucial para a realização deste Encontro.

Portugal, como muitas das democracias ocidentais, precisa de reforçar a participação dos cidadãos no debate, na elaboração e na auditoria das políticas públicas. Se não o fizermos, o divórcio entre os Eleitores e os Partidos Políticos corre o risco de se agravar, pondo em causa o regime democrático em que escolhemos viver.

As condições de governação que nos foram impostas e que passivamente temos aceite, geraram um cenário que põe em causa a dignidade de muitos cidadãos, subalternizaram a ética e os valores e estão a contribuir para que a orla de subdesenvolvimento migre para o sul da Europa e contamine irremediavelmente os pilares em que os cidadãos acreditaram que assentaria a União Europeia.

Não podemos continuar como espectadores passivos das alterações que estão a construir uma realidade que se afasta cada vez mais do expectável face ao progresso e desenvolvimento que o mundo conheceu no século XX.

O equilíbrio do triângulo Governança, Economia e Sociedade Civil tem que ser reposto, mas para que tal aconteça é urgente o reforço do Pilar da Sociedade Civil.

Temos que lutar por uma cidadania activa e estruturada, e o nosso contributo enquanto PASC é promovê-la através de uma maior participação e protagonismo das Associações da Sociedade Civil.

É neste contexto que a adesão à PASC da PROVISEU - Associação para a Promoção de Viseu e da Região adquire a maior relevância. Estou certa que a PROVISEU trará à PASC o sentir e o pulsar de Viseu e da Região da Beira, um olhar do interior sobre a realidade nacional. Na pessoa do seu Presidente, Dr. Celso Costa,  agradeço a iniciativa cumprimento todos os Elementos dos seus Corpos Sociais e Associados. 

A todos os presentes, em nome de todos os que integram a PASC, o agradecimento pela vossa participação e o desejo de uma sessão de trabalho enriquecedora.

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